Considerações sobre nosso movimento – terceira parte

NOTA DA ASIBAMA-DF SOBRE OS ATOS DO DIA 21.09

O dia 21 de setembro foi um dia de mobilizações. Por todo Brasil, servidoras e servidores da gestão ambiental colocaram suas indignações na luta. Paralisações, ações de articulação, rodas de conversas, cafés públicos, faixas, gritos de guerra e palavras de ordem: está declarada a urgência pela reestruturação da carreira de Especialista em Meio Ambiente.

Num cenário onde o indicativo do governo federal demonstrava morosidade em atender solicitações de agenda de reuniões e, sobretudo, executar o ato administrativo de publicação da portaria de instalação da Mesa Temporária de Negociação da área do Meio Ambiente, era mais que necessário a escalada das ações do movimento. Uma subida de tom, ordeira, legal, longe de ser um quadro que alimentasse discursos de crise do governo. Na realidade, a articulação da classe trabalhadora só será vista como algo temerário pelo atual governo se assim ele quiser. E se assim ele o fizer, nossas ações serão cada vez mais agudas.

Pois a reivindicação de valorização e por maior segurança para a carreira que está no centro da ação e possui a competência exclusiva para proteger, conservar, licenciar, autorizar, fiscalizar, controlar e estabelecer critérios ambientais, anda lado a lado com o discurso do zero desmatamento, da preocupação com as mudanças climáticas, com a perspectiva de desenvolvimento sustentável de olho no futuro do planeta. Então não haveria divergência de objetivos. Para alcançá-los, urge a reconfiguração das condições e manutenção de trabalho, nos aspectos laboral, estrutural e econômico.

Fomos a rua para protestar pelo óbvio, por aquilo que está no cotidiano de nossas vidas e atribuições e se apresenta enquanto difícil barreira do fomento e da atuação das políticas públicas ambientais. Não há o que temer, apenas se essa for a vontade do governo do federal. De certo que erguemos nossa voz um pouco mais. Sabemos que podemos fazer ainda mais. Reconhecemos as dificuldades para nos mantermos mobilizadas e mobilizados, mas não devemos deixar a energia baixar agora. Nosso movimento consegue empurrar a máquina, possibilita avançar, ainda que em passos lentos, pois só nossa capacidade de pressão fará com que alcancemos aquilo que almejamos, como comprovado pela movimentação do processo da Ascema Nacional no MGI durante o ato em frente ao Ministério de Gestão.

Estamos atentos aos próximos passos e seguiremos vigilantes, para conduzir as próximas ações na medida e na temperatura que a negociação ou mais um período de lentidão indicarem. Que possamos, em cada órgão, em cada setor, em cada unidade, manter a chama da mobilização acesa. São o classismo e a combatividade, presentes no último dia 21, que farão a diferença nessa balança pela reestruturação de nossa carreira.

 

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